Classificado como Monumento Nacional desde 1910, o chafariz da actual Praça do Giraldo, conhecido como Terreiro ou Praça de Alconchel, nos séculos XIII e XIV e simplesmente Praça Grande entre os séculos XV e XIX, veio suceder a um outro aí construído para marcar a conclusão da obra do Aqueduto da Prata que terminava neste local.
Com a sua localização privilegiada no contexto urbano da cidade, diante da Igreja de Santo Antão e na mesma praça onde se realizava, pelo menos entre os séculos XV e XIX, um mercado diário, uma Feira Anual e as corridas de touros da cidade, o Chafariz da Praça do Giraldo constituiu ao longo dos séculos uma das mais importantes estruturas de abastecimento de água à população. Para além do seu carácter utilitário, a evidente monumentalidade do chafariz fez com que este se instituísse mesmo como um símbolo de Évora ao longo dos tempos. Fez também parte do plano henriquino de modernização do centro da cidade, e em especial das anteriores estruturas de abastecimento de água mandadas construir por D. João III. A sua construção data de 1571 e é obra do arquitecto Afonso Álvares, mestre de obras do Infante D. Henrique.
Fonte: Chafarizes e Fontes Públicas da cidade de Évora
Património Cultural
![IMG_9475.jpg IMG_9475.jpg]()
![IMG_9607.jpg IMG_9607.jpg]()
Todo construído em mármore branco, possui planta circular, dividida em embasamento, fuste, taça e arca em forma de píxide, com um remate pinacular a encimar o conjunto. Como elementos decorativos destacam-se oito mascarões a rematar as bicas, de onde a água corre para a taça. O patrocínio régio da obra, realizada no reinado de D. Sebastião, é marcado por uma coroa com cartela na arca, alusiva a este monarca, e completada com a inscrição comemorativa SEBAS/ TIANO LVSIT REGI/ PIO FE / LICIS/ VICTO/ RIA.
![IMG_9474.jpg IMG_9474.jpg]()
Curiosidades:
O primeiro chafariz seria certamente uma obra digna da cidade, sabendo-se que era ornamentado com leões em mármore, e se encostava a um arco de triunfo romano então erguido na praça. A sua demolição teve como causa única a vontade do Cardeal Infante D. Henrique em desimpedir o espaço da praça e a visão da novíssima Igreja de Santo Antão, destinada a albergar a importante colegiada de que este, como Arcebispo de Évora, era por inerência o prior. Apeado o arco, as estruturas que restaram foram recolhidas no Colégio do Espírito Santo da cidade, onde quer a tradição que ainda se encontrem algumas colunas. Contudo, Guido Battelli refere que a ideia do Cardeal era apagar as marcas da civilização pagã.
A sua configuração foi sofrendo alterações ao longo dos tempos. As oito carrancas por onde corre a água correspondem às oito ruas que desembocam na praça. A coroa imperial é no mesmo tom (bronze imperial) das carrancas.
![IMG_9462.jpg IMG_9462.jpg]()
![IMG_9461.jpg IMG_9461.jpg]()
A sua excelente localização é ponto de paragem obrigatória não só quando se circula pela cidade, e se sente necessidade de retemperar forças e alguma frescura,
![IMG_2091.jpg IMG_2091.jpg]()
(Em 1990)
![13072744_10206075493541470_7706401290177183574_o.j 13072744_10206075493541470_7706401290177183574_o.j]()
(Em 2016)
como também durante as festas dos estudantes de Évora. Também eu, no meu primeiro ano de universitária, tive a oportunidade de ser "batizada" nestas águas:
![IMG_2075.jpg IMG_2075.jpg]()
Outras fontes na cidade de Évora: Caixa de Água Renascentista, Chafariz da Rua de Alconchel, Chafariz das Portas de Moura, Fonte no Largo dos Mercadores, Chafariz das Bravas, Fonte da Universidade de Évora, Fonte da Casa do Lavabo (Universidade), O beijo, Fonte de ferro do Largo dos Colegiais, Chafariz do Rossio de S. Brás...