Esta fotografia foi-me enviada por um amigo, de longa data, que tem um blogue "Que ninguém lê" (diz ele!). Não resisti a copiar para aqui o texto que escreveu, a propósito deste lugar, que eu também visitei, quando era muito pequena, com os meus pais, e onde nunca mais voltei:
Hoje passei no santuário do Santo Ambrósio e voltei a ser criança, voltei a andar de mão dada contigo. Voltei a sentir na boca o gosto das primeiras uvas do ano, que compravas nesse dia. Lembro-me que era das poucas excursões que fazias todos os anos. Havia uma carreira que vinha de Alfândega e que nos apanhava de um lado da Serra para nos trazer para o outro lado da mesma serra. Não sabia, nessa altura, que era tão perto, nem sabia, nessa altura, que o lugar me faria lembrar um dia, como tantos outros lugares. de ti.
Senti o cheiro dos frangos a assar nas grelhas das churrasqueiras improvisadas e a senti o sabor da merenda que trazíamos de casa para comer nesse dia. Voltei a ouvir o Roberto Leal a cantar “O milagre do Santo Ambrósio” e estive em frente à Pequena Capelinha de que fala na canção. Lembro ainda o disco que compramos nesse dia, como se quiséssemos trazer um pouco do Santo Ambrósio para casa, junto com uns cartazes do santo e umas medalhas.
Hoje, o santuário estava quase vazio. Havia dois ou três carros parados, de que nem vimos os donos, mas nada que se comparasse às dezenas de carreiras e às centenas de carros estacionados nos montes, ao redor do santuário, que se tornavam nesses dias parques de estacionamento improvisados. Hoje apenas andavas por lá tu, com um menino pela mão, e a Isabel que, certamente, estava por lá também nesses dias, e que andava ela também pela mão de alguém, e que apenas não vimos porque era muita gente!
Um beijo.
![130270037_385955209338576_1824012614517821345_n.jpg 130270037_385955209338576_1824012614517821345_n.jpg]()
Obrigada, João, pela partilha!