Chafariz das Bravas, Évora
Este monumento de interesse público é o a primeiro monumento com que nos deparamos ao chegarmos a Évora, vindos do litoral. É, também, provavelmente, das fontes mais antigas da cidade ainda em funcionamento. Túlio Espanca diz que já existiria em 1483. Ao longo dos tempos foi sofrendo várias intervenções mas nunca deixou de servir pessoas e os animais. De referir que, era costume dar-se aqui de beber aos animais ou usar um tanque anexo (atualmente inexistente) para dar banho aos cavalos. Em 1860 foram descobertas ruínas e vários fragmentos da época romana. Uma descrição de 1966, feita pelo autor referido anteriormente, fala na presença de um brasão com as armas nacionais e duas carrancas de pedras, nos extremos. Atualmente, o chafariz pouco se assemelha essa ou com outras descrições. É composto por um paredão comprido, rebocado de alvenaria e cal, no cimo de qual ainda apresenta as vinte vistosas ameias góticas. Tem agora uma única bica, cuja água corre para um grande tanque rectangular. Em vez do brasão com as armas nacionais apresenta uma placa com as iniciais C.M.E.. A torneira que existia no extremo direito foi selada. No seu interior, foram colocadas luzes, para uma maior visibilidade noturna. O acesso ao chafariz só é pedonal. Ainda não há muito tempo era um local escolhido por muita gente para a lavagem de automóveis.
Fonte: Chafarizes e Fontes Públicas da cidade de Évora
Curiosidades acerca do nome do chafariz:
1) Há uma lenda que envolve a Deusa Diana, quando esta tomava banho num dos tanques, semelhantes a lagos, que aqui existiam. Acteon tê-la-á tentado violar mas os seusgritos chamaram a atenção do povo de Évora que apanhou Acteon e o terá assassinado, pendurando as suas "bragas" (ou ceroulas) neste chafariz, para que todos tomassem conhecimento do seu crime;
2) O nome deriva de Fragas, que aqui existiriam, e a evolução linguística da palavra fez o resto;
3) Bravas era também o nome que se davam a mulheres causadores de brigas ou intrigas com vizinhos e outras mulheres. Foi, por isso, estabelecido que aquelas que estabelecessem injúrias a outrém pagariam de acordo com o número de vezes em que cometeram o crime: a primeira vez, pagavam 100 libras; se fosse a segunda vez, ser-lhes-ia colocado na cara uma espécie de açame de ferro, com uma lingueta pontiaguda, também em ferro, que, uma vez entrando na boca, impedia a língua de se mover, sob pena desta ficar toda cortada e de provocar dores horríveis.
GPS: 38.5669576,-7.9217545
Cronologia: Construção: séc. XV (Já existia em 1483)
Outras fontes na cidade de Évora: Caixa de Água Renascentista, Chafariz da Rua de Alconchel, Chafariz das Portas de Moura, Fonte no Largo dos Mercadores, Chafariz da Praça do Giraldo, Fonte da Universidade de Évora, Fonte da Casa do Lavabo (Universidade), O beijo, Fonte de ferro do Largo dos Colegiais, Chafariz do Rossio de S. Brás...