Fonte no Jardim "O rapaz de bronze", Porto
Apesar da estátua retratar um corpo feminino, que mal se nota nestas fotografias, de há dois anos, foi assim que Sophia de Mello Breyner Andresen a descreveu, no seu livro “O Rapaz de Bronze”, de 1965:
..num lugar sombrio, solitário e verde, havia um pequeno jardim rodeado de árvores altíssimas que o cobriam com os seus ramos. No meio desse jardim havia um lago redondo sempre cheio de folhas. No centro do lago havia uma ilha muito pequena feita de pedregulhos e onde cresciam fetos. E no centro da ilha estava uma estátua que era um rapaz de bronze. E durante o dia O Rapaz de Bronze não se podia mexer e tinha que estar muito quieto, sempre na mesma posição, porque era uma estátua. Mas durante as noites ele falava, mexia, caminhava, dançava, e era ele que mandava nos jardins, no parque, no pinhal, nos pomares e no campo. E todas as árvores e todos os animais e todas as plantas lhe obedeciam porque ele era o senhor do jardim e o rei da noite.